quarta-feira, 25 de maio de 2011

“POR QUE SERVIÇOS BÁSICOS, COMO SAÚDE E EDUCAÇÃO, PRECISAM SEMPRE MENDIGAR POR RECURSOS?”

Sessão ordinária, 24 de maio de 2011

Eu estou vereadora, mas sou professora com muito amor, e hoje com muita dor. Jamais poderia deixar de lamentar o que soube, já bem cedo, pela imprensa, sobre a medida provisória do Governo de Santa Catarina, sobre o piso do magistério público estadual.
Falei com muito amor porque sempre gostei do que fiz por 30 anos na sala de aula, também à frente de instituições de ensino, e até mesmo como gerente regional de educação, quando coordenei várias escolas de todos os municípios aqui da região.
Mas com muita dor, porque ver que depois de 30 anos, jovens como a minha filha, que é mestranda, e tantos outros que iniciam a carreira do magistério se vêm numa profissão que novamente não é valorizada, somente em discursos de campanha.
Como podemos falar em princípios da administração pública se um executivo não cumpre o princípio da legalidade?
Por que estou falando sobre legalidade? Porque a constituição estadual, no seu artigo 28, diz que é direito específico dos membros do magistério público, no seu inciso II, a progressão funcional.
A medida provisória do Governo do Estado de Santa Catarina descumpre esta lei quando concede o piso nacional de 1187 só para os professores do estado que não têm este valor como salário base.
Ora, então nós, que somos pós-graduados, ou os mestres e doutores, não temos valorização nenhuma?
Qual é o incentivo para esta classe que forma todas as demais categorias?
Quanto custa pagar um mestrado, quanto custa a um jovem dispor do seu tempo de lazer para se aperfeiçoar, para ir para uma sala de aula fazer com que outros jovens também possam ter uma vida diferente?
Eu apenas sou feliz porque tive a oportunidade, como nem todos os brasileiros, de ter uma visão de mundo ampliada, porque isso a gente adquire na escola, porque é lá que se incentiva a criança e o jovem a buscar novos conhecimentos. Mas frustrada. Independente de governo, independente de partido, independente de secretário de educação, eu não posso mais me calar.
Há 30 anos, em diferentes momentos, fiz diferentes apelos. Primeiro participando de movimentos como este que está acontecendo, depois de me calar, por não acreditar mais numa mudança, depois num momento de líder, à frente de escolas e também da gerência de educação, dar um crédito aos diferentes governos, para que realmente desse um tempo para regularizar a nossa situação e, hoje, por último, novamente frustrada.
Mas não basta que a gente fale sobre o assunto, nós precisamos insistir, cada um tem que fazer a sua parte.
Eu continuarei lutando. Por mim, por meus filhos e por todos os aqueles que, assim como eu, dedicaram e irão dedicar a maior parte da sua vida para melhorar a sociedade porque, sim, passam pelas escola as mudanças reais da sociedade.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário